terça-feira, 11 de maio de 2010

pra você... calcular preços é um bicho de quantas cabeças?


Calcular preços sempre foi, pelo menos pra mim, e acho que é pra muita gente, um bicho de sete, oito, nove.... cabeças.
Depois que passei pela auditoria no processo de certificação, para adquirir o selo do Instituto de Qualidade Sustentável, o tal bicho perdeu algumas cabeças.
Bom, não posso negar que calcular preços ainda é a parte complicada do “viver de artesanato”. É preciso “perder” um tempinho, para ganhar depois.
Todo ano, quando aumenta o salário mínimo, tenho que recalcular toda minha tabela. Nesta hora eu aproveito para revê-la por inteiro. Este ano estou um pouco atrasada, mas ainda há tempo.
Faço uma nova pesquisa de preço, de todos os materiais que eu uso, revejo detalhes, e refaço o preço final, que com certeza muda.
Aumentar os preços, nem sempre significa ganhar mais, na maioria das vezes fica tudo igual para quem fabrica. A questão é, quando o salário mínimo aumenta tudo aumenta junto, água, luz, telefone, o valor da hora trabalhada... e por aí vai.
É preciso lembrar que precisamos da energia elétrica para as máquinas funcionarem, precisamos da água para lavar nossos tecidinhos, precisamos do telefone para comunicarmos com nossos clientes, do computador... e todos esses detalhes precisam ser considerados na hora de calcular os preços.
Por mais que os clientes “reclamem”, deste momento, eu hoje me sinto super tranqüila em relação aos preços que pratico.
Praticar preços baixos, sem nenhum parâmetro, para “vender mais”, nem sempre significa “ganhar mais”.
É preciso “CALCULAR” os preços, levar tudo em consideração, o material gasto, a mão de obra, os custos fixos, que estão todo mês esperando para serem pagos, e o mercado.
Hoje, não existe mais o conceito de que artesanato tem que ser “baratinho”, não é porque trabalhamos em casa, em nossas salas, em nossos quintais, que trabalhamos de qualquer jeito.
Nos artesãos precisamos mudar esse conceito.
Artesanato é arte!
Na maioria das vezes são peças únicas.
Precisamos, mais do que qualquer outra pessoa, valorizar o nosso trabalho.
Procure se informar, leia a respeito, peça ajuda, converse com outros artesãos, faça parte de associações, e calcule seu preço, justo, de forma correta e principalmente sem medo.
Valorize seu trabalho!
Valorize suas mãos!
Valorize seu tempo!
Valorize seu dom!

Um abraço

Carla Pianchão

4 comentários:

  1. Calcular os preços sempre foi a parte mais difícil pra mim é sempre um parto. Vc tem toda a razão quando diz que artesanato é arte, precisamos realmente valorizar mais o que fazemos e essa valorização tem que partir do próprio artesão.
    Obrigada pelas dicas! Bjs

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  2. Carla eu nunca tive trabalho pra calcular o preço não, faço, um monte contas ( minha hora trabalhada, luz, telefone, material condução ,tudo) e quando acho o preço é aquele e pronto!!!! quando alguem reclama que esta caro. Dependendo da pessoa eu solto essa perola " não faço questão de vender" funciona sempre!!! sei que parece meio radical. O trabalho é meu, tenho que ser a primeira a valoriza-lo. Fico louca quando as pessoas dizem que como não vivo disso tenho que cobrar mais barato.
    Um beijo e continue desse jeito.

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  3. É querida, realmente uma parte complicada!!!!Eu calculo assim, vejo tudo que gastei e multiplico por três...

    Bjokas e boa semana

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  4. Concordo plenamente com vc.Falou tudo e mais um pouco. É exatamento eu acho como todas nós nos sentimos.Dar preço é um bicho de mil cabeças. Aqui na minha região o povo não dá valor para o artesanato. Tudo tem que ser baratinho. É preciso ter muita criatividade pra agradar e vender.
    bjs
    Rô e Cris

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